Você olha aquele fóssil de milhões de anos e pensa: "Que se dane...vou pegar para mim". Além de virar criminoso ambiental (e idiota auto-assumido), leva para casa uma pedra amaldiçoada que só te trará angústias e sofrimentos. Essa é lenda. E o resultado são as centenas de fósseis devolvidos todos os anos para o Petrified Forest National Park , nos Estados Unidos. Elas chegam com cartas que relatam o infortúnio que a pedra trouxe depois de ter sido surrupiada. Algumas voltam ao parque muitos anos depois - pois foram levadas por adolescentes e voltam sob a consciência pesada de um adulto.
Na carta acima, o adulto reconhece que não há desculpas para a atitude imbecil do adolescente que ele foi. Outras cartas, narram as desgraças que passaram a acontecer com a família depois que o elemento foi retirado do parque:
Todas as missivas (missiva é a palavra fossilizada para cartas), catalogadas como "Cartas da Consciência" são fotografadas junto com a pedras que as acompanhavam. E esse relato epistolar (mais uma palavra fossilizada) de pedras que retornam acabou virando livro em 2014, ainda à venda na Amazon: "Bad Luck, Hot Rocks: Conscience Letters and Photographs from the Petrified Forest".
A história acabou se tornando um grande case de marketing - com um recall voluntário fabuloso. Ninguém estudou metafisicamente o poder das pedras em si. Mas a necessidade de culpar elementos externos pelos infortúnios da vida pode explicar o arrependimento coletivo. Poucas são as devoluções baseadas apenas na interpretação de quão ruim é impedir os outros de conhecerem a história levando para o universo privado um elemento que deveria ser público.
Imagine que pedras como essas são árvores que passaram por inúmeras eras geológicas, pressão e temperatura que as transformaram nos minerais. Mas o valor do elemento está justamente na sua exposição inloco.
O parque que fica no Arizona está entre as belezas da Rota 66. Além dos estudos de geologia, possui um rico repertório de fauna e flora que atrai os turistas.
O passaporte para 7 dias de visitas, de carro, custa U$25. Há também dias de entrada gratuita - com o dia do aniversário de Marting Luther King Jr. (20 de janeiro) ou dia dos Parques Nacionais (18 de abril) e mais quatro outros dias do ano. Se visitar já sabe: deixe as pedras onde as encontrou.
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